segunda-feira, 4 de abril de 2016

[Tag #Escrita] Enredo I e Trilogia

こんにちはみなさん!

A tag escrita finalmente vem no seu dia certo (rsrsrs) e hoje nós vamos conversar, como eu disse no último post, sobre dois assuntos interessantes e complicados. O primeiro deles é a introdução ao enredo que é um dos pontos principais de uma trama e um dos assuntos mais complicados de se explicar. E o segundo é o que eu chamo de doença das trilogias, vamos conversar um pouco sobre ela e tentar explicar essa cadeia de forma bem clara. Espero que gostem do post dessa semana e já sabem, qualquer pergunta, comentários!

ENREDO I - PRIMEIROS PASSOS

O enredo é um dos pontos chave da construção de uma história, é nele que você precisa pensar e trabalhar com mais cuidado. Me considero uma total leiga para falar cientificamente do assunto, então, eu vou procurar explicar de acordo com o meu entendimento e com a minha própria experiência. 
Para começar, vamos definir o que é enredo primeiro.Segundo o Priberam de língua portuguesa:
en·re·do |ê| 
substantivo masculino
1. Intriga; maquinação; tramoia; ardil; mexerico.
2. Mentira que produz inimizades.
3. .Ação ou entrecho de romance ou peça de teatro.
4. Mau trabalhador que estorva os outros e não faz quase nada.
"enredo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/enredo [consultado em 04-04-2016].
Claro que a definição que nos interessa é o que eu coloquei em negrito. O enredo é a "costura" do seu livro, o recheio do bolo, para ser mais objetivo. Há vários esquemas de enredo e isso é variável de autor para autor, afinal a liberdade de como contar a sua história é sua e você pode ir desde o convencional ao inovador. Muitos teóricos literários estudam e formam esquemas de enredo, um curso de escrita criativa (que eu sou louca para fazer) seria o passo principal para conhecer, mas como eu nunca pude fazer um, vou me limitar a comentar o esquema mais comum.
Falando de uma maneira mais simples, poderíamos dizer que o enredo se divide em partes que, se desenvolvidas corretamente, costuram-se em uma cadeia de acontecimentos permeados por conflitos que levam o protagonista a sair de um estado inicial A rumo a um estado final B modificando-se no processo que acarreta alguma espécie de evolução. Assim, temos:

Situação inicial - os personagens e espaço são apresentados.
Quebra da Situação Inicial - um acontecimento modifica a situação apresentada.
Conflito - Surge uma situação a ser resolvida, que quebra a estabilidade de personagens e acontecimentos.
Clímax - ponto de maior tensão na narrativa.
Desfecho - solução do conflito. Obs.: essa solução não significa um final feliz.
Vamos desenvolver cada um desses tópicos melhor na segunda parte do enredo, usarei exemplos para facilitar a compreensão e vamos curtir um pequeno exercício para isso! Fique ligado na próxima segunda.


A DOENÇA DA TRILOGIA

Como autora - se é que eu o posso me considerar como tal - muitas vezes recebo perguntas e mais perguntas sobre muita coisa no meu facebook, As principais perguntas giram em torno de editoras, registro e enredo. O que eu mais percebo desde que entrei no mundo da escrita - e isso já faz tempo pra caramba - é o crescente uso da construção trilogia coisa que virou uma doença em autores iniciantes. O que eu penso sobre o assunto é que para escrever um livro é preciso um trabalho que gera um processo enorme e pede muito da gente, imagine três! E eu te garanto, se você não é capaz de escrever uma história com começo meio e fim sem deixar espaço aberto para continuações você será um fracasso em uma trilogia ou uma saga que exige um trabalho triplo de você e muito mais atenção.
Todo autor que eu conheço e que está começando colocou na cabeça que precisa escrever uma trilogia ou sua vida não terá sentido. Então eu me pergunto: Para quê? Qual é a finalidade de você querer escrever três livros? E, ainda mais, seu personagem pede isso? Essa última pergunta é fundamental, porque muitas vezes os personagens de determinada trama não pedem uma trilogia ou uma saga, até hoje eu me concentrei muito em escrever livros únicos, não me sinto pronta para escrever uma trilogia embora já tenha feito o esquema de uma eu sei que ele ainda carece de muitas revisões e replanos antes de ser iniciado e é aí que eu quero chegar: você precisa estar maduro o bastante para se envolver em um projeto como esse.
Apesar de nunca ter escrito uma trilogia já li várias e percebi que elas seguem um determinado padrão, tal qual os quartetos.
Livro Um: Apresentação dos personagens. Conhecemos a sua vida antes do conflito, suas relações e as possibilidades apresentadas para eles. Geralmente no meio ou fim é apresentado o conflito.
Livro Dois: Aprofundamento do conflito, os personagens são colocados à prova, há as primeiras modificações de personalidade gerando a evolução.
Livro Três: Clímax do conflito seguido da resolução.
Para exemplificar isso, tomemos como exemplo a série da Kiera Cass A Seleção (aí cê me diz: Ah, Katharynny, mas é um quinteto! Sim, mas a história da América não termina no livro 3? 4 e 5 são sobre a filha dela!) No primeiro livro, A Seleção, nós conhecemos América, sua vida fora do palácio, a relação com Aspen, a apresentação do espaço e o primeiro conflito: a seleção de jovens que disputarão a coroa. Em A Elite o conflito se aprofunda somos apresentados ao triângulo amoroso que se forma e temos o acréscimo do subconflito que é o ataque rebelde. E, por fim, em A Escolha, temos o clímax com o ataque rebelde que gera uma modificação geral nas personagens, o desfecho do triângulo amoroso e o destino das personagens. Entendem aí?
Entender a formação da trilogia ou da saga envolve entender bem profundamente a criação do enredo e das personagens, principalmente dessas últimas que, dependendo da sua composição, não pedem e nem suportam uma trilogia. Para te dar um "exemplo de vida" eu vou te contar uma experiência que tive. Há alguns anos eu fui convidada como co-autora em uma fanfic interativa chamada Powerfull (nome que eu dei porque o título da autora original era basicamente um texto!), nós manipulávamos seis personagens, dois criados por nós e quatro selecionados a partir de fichas dos leitores. A autora da fanfic tinha por finalidade transformar a história em uma trilogia, mas conforme eu avançava no enredo - que por sinal não tinha uma outline - eu percebia que aqueles personagens não pediam uma trilogia, não sobreviveriam a isso, mesmo que a ideia da autora fizesse sentido. Tanto é que mesmo que eu tenha tentado começar uma segunda temporada não consegui ver um norte para onde direcionar as personagens e nem um encaixe para os novos personagens que surgiriam.
Então, se eu posso te dar um conselho é: primeiro, trabalhe sua experiência em histórias individuais, adquira prática e continue lendo muito. Quando se sentir maduro o bastante e com conhecimento básico sólido, então é hora de tentar um enredo mais amplo e estratificado como a trilogia. E digo isso com sinceridade, eu escrevo há mais de doze anos e nunca tentei escrever uma por não me sentir preparada. 

Por enquanto é isso. No próximo post a gente vai aprofundar o enredo.
またらいしゅう!

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