quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Desafio 365 Dias de atraso (13,14,15, 16 e 17)

Olá, pessoal!

Como devem ter percebido, não postei nada esses dias de desafio, simplesmente porque os dias que antecederam a viagem de ontem foram uma total confusão de coisas, acabei fazendo os desafios meio aos atropelos e não tive tempo para postar, uma das minhas metas esse ano é tentar me organizar. Então vou postar aqui os dias de atraso até o dia de hoje.

Dia 13: Deixe um comentário em 3 partes dos textos de outros escritores.

Fiz isso nas postagens da minha amiga de desafio cujo blog deixei no post passado.

Dia 14: Escreva uma descrição usando os 5 sentidos.

O som da sua voz... é como fechar os olhos e sentir a brisa pela janela do carro num dia quente, ou como aquela parte favorita do livro que você lê duas ou três vezes para chorar ou rir de novo, é o cheiro de terra molhada, como o toque da seda deslizando na pele, como o gosto do mel denso e doce a encher a boca, é como... meu Deus, nem sei como pôr isso em palavras. É poesia, música, é simplesmente uma sinfonia. 

Essa foi difícil... espero que tenha valido.

Dia 15: Escreva uma história baseada em cinco coisas que você encontrou nos seus bolsos ou bolsa.

O que tem sempre na minha bolsa: livro, fones de ouvido, celular, canetas, caderno.

Estava tensa. Cada pessoa que se juntava à pequena multidão no ponto de ônibus naquela noite chuvosa fazia com que segurasse o cabo do guarda-chuva com cada vez mais força. Concentrava-se em manter sua respiração em ordem uma vez que a mesma insistia em descontrolar-se conforme o nó em sua garganta apertava forçando as lágrimas, que ela lutava para reprimir, para fora. Pessoas, pensava, por que é uma obrigação viver no meio delas? Ficaria feliz em se tornar um monge eremita, livre de falar ou mesmo ver qualquer tipo de pessoa. 
A chuva não cessava e aquilo era a única coisa que ela apreciava naquela noite, o doce som da água martelando o chão, a cobertura parca de metal do ponto de ônibus e as sombrinhas e guarda-chuvas das pessoas que se amontoavam na espera que parecia alongar-se com o passar dos minutos. Havia um jovem a alguns passos que, vez ou outra, lançava olhares em sua direção, aquilo não a ajudava a se tranquilizar, piorava consideravelmente a situação.
Abriu a bolsa com a mão trêmula que estava livre e puxou para fora os fones de ouvido, música era tudo que precisava antes que o ataque de ansiedade assumisse uma proporção incontrolável ao ponto de ela precisar ligar para pedir ajuda. Plugou o fone no celular que também estava dentro da bolsa a tiracolo que levava, abriu a pasta de música e clicou em uma qualquer sem realmente ver qual era, apenas quando começou a explodir nos seus ouvidos pelos fones e acabar com o barulho do mundo à sua volta, ela percebeu que era Universal Death Squad. 
O ônibus finalmente chegou, ela se apressou a entrar e pegar um dos assentos do final, próximo a janela, onde pudesse respirar, tirou de dentro da bolsa o livro que estava lendo, mas seu coração agitado e sua mente perturbada pelas pessoas que enchiam a condução cada vez mais depressa a faziam tremular as páginas e sua perna direita não parava de balançar. As mãos começavam a suar de modo que ela, prestes a se render ao pânico, tirou o caderno e a caneta de dentro da bolsa e, sobre o livro mesmo começou a rasbiscar o que sentia, aquilo ajudava. Não viu quando o rapaz que a observava, e que estava sentado na outra ponta do banco ao lado da janela oposta a dela, percebeu sua agitação e se aproximou sentando-se ao lado dela, bem a tempo de impedir que outros 3 garotos o fizessem, pois o espaço do ônibus diminuía cada vez mais.
— Está tudo bem? — Perguntou ele tocando de leve no ombro dela.
A garota estremeceu e anuiu rapidamente com a cabeça baixando-a para o caderno, as mãos dela tremiam a um ponto que as palavras não saíam sequer legíveis, mas ele percebeu que ela tinha uma letra muito bonita. Em um gesto de ousadia — após ponderar bastante — ele puxou o fone do ouvido esquerdo dela e sussurrou.
— Respire, tente fechar os olhos e imaginar que está sozinha aqui dentro. Concentre-se apenas na sua respiração, nas batidas do seu próprio coração, respire devagar e pausadamente, quanto mais se entregar ao nervosismo, mais a crise vai piorar.
Ela o olhou, visivelmente chocada, mas ele simplesmente sorriu docemente encorajando-a. Aturdida e confusa, ela baixou novamente a cabeça e fez o que ele disse, sentindo a crise ir diminuindo ao ponto de se tornar tolerável.
— Isso mesmo. — Encorajou ele. — Melhor? Desculpe me intrometer, percebi que estava tendo uma crise de ansiedade, quis ajudar.
— Obrigada... — Sussurrou ela. — Mas como sabia?
— Meu irmão mais novo tem esse problema também, li muito sobre o assunto e o psiquiatra dele conversou conosco. — Explicou ele, sorrindo. — Para onde está indo?
— Hmm... para a faculdade.
— Ah, ótimo! Vou para lá também. — Alegrou-se. — O que você cursa?
— Língua e Literatura inglesa
— Faço psicologia. — Nesse momento sua voz desanimou um pouco. — Blocos um pouco longe. Mas posso ver você na hora do intervalo entre as aulas? 
— Por que? — Quis saber ela.
— Só pra me certificar que você está bem. — Sorriu ele. — Não precisa sair da sala se isso te assusta, posso ir até lá, só me dar o número.
— 36. — Anuiu ela. 
— Legal. — Sorriu ele. — Estarei lá então.
O ônibus parou no ponto da faculdade, os dois desceram e ele fez questão de levá-la até a sala, para aprender o caminho e para ajudá-la a andar no meio da multidão de alunos, fez algumas perguntas enquanto andavam para distraí-la e descobriram alguns gostos em comum. Enfim despediram-se na sala dela com a promessa de se ver no intervalo.
Ele não fazia ideia de onde aquilo ia dar, mas estava curioso para descobrir.

Dia 16: Escreva uma descrição do que você vê pela sua janela.

É tarde, o céu escuro cobre a cidade como um manto negro sobre a cabeça do mundo. Há algumas estrelas que não são ofuscadas pelas luzes abundantes da cidade, as casas, aos poucos, apagam suas luzes, carros e caminhões passam a todo tempo na estrada ao longe, do outro lado as luzes de motéis piscam, casinhas escuras e monotonamente iguais são silhuetas longínquas no lado leste, assim como as árvores frondosas salpicadas pelo bairro tomam formas sombrias na escuridão. A rua calçada vai se estendendo enfileirada de casas de diferentes tamanhos dos dois lados, prédios se destacam destoando-se em meio às casinhas de classe média construídas humildemente por seus próprios donos. 

Dia 17: Coloque o seu leitor de música no modo aleatório ou ligue o rádio. Escreva enquanto durarem duas músicas e escreva de acordo com o que você ouve.

O mundo explode. Sinto as faíscas abrasadoras caindo e queimando minha pele enquanto continuo buscando pelo meu destino, para o fim. O universo implode enquanto todos os sonhos queimam, o código sagrado que faz com que a vida caminhe ainda não foi decifrado, eu me sentia realmente vivo? Aquela realidade desaparece enquanto me torno apenas uma parte do nada que a vida engoliu, grito enquanto sou consumido, continuo acreditando em ilusões, andando em círculos, enquanto o fim do mundo que conheci acontece diante dos meus olhos, a ascensão começa. Continuo procurando meu legado, mas as respostas indubitáveis ainda não vieram, continuo como um pedaço queimado desse mundo em ruínas. É o armagedom do meu estado de sonhador.
Abro os olhos. Tudo continua como sempre esteve, o quarto de paredes azuis, os móveis inanimados no mesmo lugar de horas atrás, a música saindo baixinho do celular que deixei ligado na esperança de dormir mais facilmente, um suor frio escorre pelo meu rosto e nuca, a respiração agitada vai aos poucos se normalizando e vou me afundando naquela realidade triste. Estou sozinha. Relâmpagos iluminam o interior do quarto com feixes de luz sombrios e mortais, as janelas da minha alma se escancaram para o medo que acelera meu coração e se alimenta da minha alma. Me sinto preso nessa noite sombria tal qual o pesadelo que me despertou para a realidade.
Sinto o calor abrasador que consome meu coração.Um silêncio opressor ecoa dentro de mim, fecho a janela, fecho as portas, as vidas que foram destruídas caminham com passos abafados pela casa, choro. Soluço. É o único som que me cerca. A escuridão me engole, a dor aumenta, sufoco.
Era uma vez... um pesadelo.

Nossa, essa também foi MUITO difícil de fazer! '-' abri minha playlist do Epica e, por sorte, sairam duas das minhas favoritas, ainda assim foi complicadíssimo de escrever, de acordo com o que eu ouvia e com o que eu sentia ao mesmo tempo. Espero que tenha ficado razoável. Pode parecer sem sentido, mas o significado está nas entrelinhas.

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